Welcome OFF: PRIMEIROBIP

WhatsApp

Gestão de consultório

Como abrir um consultório médico: checklist completo e atualizado

Quer dar o próximo passo na carreira e abrir seu próprio consultório médico, mas não sabe por onde começar? Este guia traz um checklist completo com as etapas essenciais para planejar, legalizar e estruturar seu consultório, além de dicas práticas sobre custos, documentos, LGPD e opções de coworking médico para quem quer começar com menos investimento.

Conteúdo atualizado em dezembro de 2025. As exigências podem variar por cidade e estado, por isso é importante confirmar sempre com seu CRM regional, prefeitura, Vigilância Sanitária e contador.

Passo 1. Defina a visão do seu consultório

Antes de pensar em CNPJ ou mobiliário, vale responder a algumas perguntas estratégicas. Elas vão orientar tudo, do ponto escolhido até a experiência do paciente.

  • Você quer focar em pacientes particulares, planos de saúde ou modelo misto?
  • Seu posicionamento será mais acessível, intermediário ou premium?
  • Você pretende atender sozinho no início ou já quer trazer outros médicos e especialidades?
  • Você quer manter o consultório aberto em horário comercial ou também em horários estendidos e sábados?
Quanto mais clara estiver a visão desde o início, mais fácil fica escolher localização, modelo de espaço, equipe, sistema de gestão e estratégia de divulgação.

Passo 2. Escolha o modelo: próprio ou coworking médico

Hoje existem dois caminhos principais para começar a atender em consultório.

Opção 1. Consultório próprio tradicional

Neste modelo você assume aluguel, condomínio, contas, reformas, mobiliário e toda a infraestrutura. Em geral exige:

  • Contrato de locação comercial ou compra do imóvel.
  • Obras de adaptação às normas da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros.
  • Compra de mobiliário, equipamentos e itens de atendimento.
  • Contratação direta de limpeza, recepção e outros serviços.

É um modelo com mais autonomia, porém com custo fixo mais alto e necessidade de capital maior para começar.

Opção 2. Coworking médico e consultórios por hora

Os coworkings médicos se consolidaram no Brasil nos últimos anos e são uma forma de começar com investimento menor. Você paga por hora, por turno ou por planos flexíveis em consultórios já prontos, com recepção e infraestrutura incluída.

Entre as principais redes e plataformas de coworking médico e consultórios compartilhados estão, por exemplo:

  • Livance Consultórios, com unidades em grandes capitais e modelo flexível de uso de salas.
  • MedFlex Consultórios, com foco em regiões estratégicas e estrutura preparada para diversas especialidades.
  • Plataformas de consultório por hora em diferentes cidades, que permitem reserva sob demanda conforme a sua agenda.

Esse modelo é especialmente interessante para médicos em início de carreira, quem atende poucas horas por semana, quem quer testar uma nova região ou quem ainda está equilibrando plantões com atendimento em consultório. A locação de consultório por hora ou por período reduz custos fixos e a burocracia do imóvel próprio.

Passo 3. Planejamento financeiro e custos iniciais

Mesmo em modelos mais enxutos, abrir um consultório exige planejamento financeiro mínimo. Uma forma prática de organizar é separar:

Tipo de custo O que entra
Investimento inicial Reforma, mobiliário, equipamentos, taxa de franquia ou reserva de pacote inicial no coworking, consultoria contábil inicial, registro de CNPJ e taxas de órgãos públicos.
Custos fixos mensais Aluguel ou plano do coworking, condomínio, internet, energia, limpeza, sistema de gestão, contabilidade, salários da equipe e impostos.
Custos variáveis Materiais de consumo, exames na clínica, comissões, publicidade, taxas de plataformas de agendamento ou cartão.

Um bom ponto de partida é estimar:

  • Quantas consultas por mês você espera realizar no primeiro ano.
  • Ticket médio por consulta (particular e convênios).
  • Quanto pode investir por mês em divulgação sem comprometer o fluxo de caixa.

Checklist financeiro inicial

  • Ter reserva de pelo menos 3 a 6 meses de custos fixos.
  • Simular cenários conservadores de número de consultas.
  • Mapear custos de cada modelo de espaço (próprio x coworking).
  • Definir valores de consulta e formas de pagamento.
  • Escolher contador acostumado a clínicas e serviços de saúde.

Passo 4. CNPJ, natureza jurídica e contabilidade

O próximo passo é estruturar a parte jurídica e fiscal do consultório. Em geral você vai precisar de:

  • Definir a natureza jurídica mais adequada, como Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) ou Sociedade Simples Limitada, dependendo se você abrirá sozinho ou com outros sócios.
  • Escolher o regime tributário com apoio do contador, como Simples Nacional em faixas adequadas para serviços de saúde.
  • Registrar o CNPJ junto à Junta Comercial ou Cartório competente no seu estado.
  • Providenciar o contrato social ou ato constitutivo com objeto social alinhado à atividade médica.

Um contador especializado em clínicas pode cuidar de quase todo o processo e ainda orientar sobre emissão de notas fiscais, pró-labore, impostos e melhores enquadramentos.

Passo 5. Licenças, registros e alvarás

Para atuar dentro da legalidade, o consultório precisa de alguns registros e autorizações. Os itens variam um pouco de cidade para cidade, mas os principais são:

  • Cadastro no CRM para o endereço do consultório, conforme exigências do Conselho Regional de Medicina.
  • Alvará de funcionamento da prefeitura, obtido após análise do imóvel, zoneamento e documentação.
  • Licença da Vigilância Sanitária, que avalia estrutura física, fluxos, limpeza, descarte de resíduos e cumprimento de normas da Anvisa.
  • Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), quando exigido, comprovando que o imóvel segue normas de segurança contra incêndio.
  • Cadastro no CNES, dependendo do tipo de serviço oferecido e da relação com planos de saúde.

Coworkings médicos estruturados costumam já ter parte dessas licenças em dia, o que simplifica a vida de quem está começando. Ainda assim é importante conferir se você precisa de algum cadastro adicional em seu nome ou da sua empresa.

Passo 6. Infraestrutura mínima do consultório

Do ponto de vista do paciente, o consultório é onde a confiança acontece. Alguns itens básicos ajudam a garantir conforto e segurança:

  • Recepção organizada, com cadeiras confortáveis, boa iluminação e ventilação.
  • Sala de atendimento com mesa, cadeiras, maca, computador e cadeiras para acompanhantes.
  • Banheiro acessível, quando possível adaptado para pessoas com mobilidade reduzida.
  • Equipamentos específicos da sua especialidade, dentro das normas da Anvisa.
  • Itens de higiene, descarte de resíduos e EPIs atualizados.

Em coworkings médicos, boa parte dessa infraestrutura já vem pronta, o que reduz o tempo de implantação. Em consultório próprio, você terá mais liberdade para personalizar ambientes e experiência.

Passo 7. Equipe, ferramentas digitais e fluxo de atendimento

Depois da estrutura física, é hora de organizar a rotina de atendimento. Três pilares fazem diferença desde o início:

1. Equipe enxuta e bem treinada

  • Secretária ou recepcionista com perfil acolhedor e organizado.
  • Treinamento em agendamento, confirmação de consulta, cobrança e atendimento humanizado.
  • Scripts simples para ligações, mensagens e pós-consulta.

2. Ferramentas digitais essenciais

Hoje, ter um sistema de gestão e prontuário eletrônico confiável não é luxo. É praticamente obrigatório para garantir segurança de dados, organização e aderência à LGPD.

  • Sistema de gestão e prontuário eletrônico com prescrição, evolução e armazenamento seguro.
  • Agenda online com lembretes automáticos por SMS, WhatsApp ou e-mail.
  • Emissão de notas fiscais eletrônicas e relatórios financeiros.

3. Fluxo de atendimento desenhado do primeiro contato ao retorno

  • Como o paciente descobre o consultório: indicação, Google, redes sociais, convênios.
  • Como ele agenda: telefone, WhatsApp, site, plataformas de agendamento.
  • O que acontece no dia da consulta: confirmação, recepção, tempo de espera, pós-consulta.
  • Como você acompanha exames, retorno e continuidade do cuidado.

Passo 8. LGPD na prática para consultórios

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impacta diretamente consultórios médicos, já que você lida com dados pessoais sensíveis de pacientes. Na prática, isso significa:

  • Coletar apenas as informações estritamente necessárias para o cuidado e obrigações legais.
  • Registrar a base legal para o tratamento de dados, como execução de contrato, obrigação legal e, em alguns casos, consentimento.
  • Manter prontuários e dados clínicos protegidos por senhas fortes, controle de acesso e, de preferência, por soluções que usem criptografia e backups seguros.
  • Treinar equipe para não compartilhar dados de pacientes sem autorização e para ter cuidado com envio de informações por e-mail e aplicativos de mensagens.
  • Ter documentos mínimos, como política de privacidade, termo de consentimento informado e registro de incidentes, caso ocorram.

Checklist LGPD essencial para consultórios

  • Escolher sistemas que tratam dados com segurança e transparência.
  • Criar política de privacidade e deixar acessível ao paciente.
  • Controlar quem pode acessar prontuários e dados sensíveis.
  • Orientar equipe sobre sigilo e cuidado com envio de informações.
  • Ter um fluxo para atender pedidos de acesso, correção ou exclusão de dados, quando cabível.

Checklist final resumido

Para facilitar, aqui vai o resumo em formato de checklist para você revisar antes de abrir as portas.

Checklist para abrir seu consultório médico

  • Visão e posicionamento definidos (tipo de paciente, região, modelo de atendimento).
  • Escolha do modelo de espaço (consultório próprio ou coworking médico).
  • Planejamento financeiro com estimativa de custos e reserva mínima.
  • Natureza jurídica e regime tributário definidos com apoio de contador.
  • CNPJ e contrato social registrados.
  • Alvará da prefeitura, licença da Vigilância Sanitária e, se exigido, AVCB do Corpo de Bombeiros.
  • Cadastro no CRM e, quando necessário, no CNES.
  • Infraestrutura e equipamentos alinhados às normas da Anvisa.
  • Equipe, sistemas de gestão, prontuário eletrônico e agenda online implantados.
  • Políticas básicas de LGPD implementadas e equipe treinada.
Bip Insights

Continue sua jornada

Explore conteúdos que fortalecem seus próximos passos: guias de residência, congressos, carreira e decisões que fazem diferença no dia a dia da saúde.

Residência & Carreira

Escolhas, caminhos e editais no Brasil e no exterior.

Congressos & Atualização

Datas e temas dos principais eventos médicos no país.

Rotina & Performance

Produtividade, bem-estar e vida nos plantões.

Equipamentos & Decisões

Guias que simplificam escolhas do dia a dia.