Gestão de consultório
Como abrir um consultório médico: checklist completo e atualizado
Quer dar o próximo passo na carreira e abrir seu próprio consultório médico, mas não sabe por onde começar? Este guia traz um checklist completo com as etapas essenciais para planejar, legalizar e estruturar seu consultório, além de dicas práticas sobre custos, documentos, LGPD e opções de coworking médico para quem quer começar com menos investimento.
Conteúdo atualizado em dezembro de 2025. As exigências podem variar por cidade e estado, por isso é importante confirmar sempre com seu CRM regional, prefeitura, Vigilância Sanitária e contador.
Índice deste guia
- Passo 1. Defina a visão do seu consultório
- Passo 2. Escolha o modelo: próprio ou coworking médico
- Passo 3. Planejamento financeiro e custos iniciais
- Passo 4. CNPJ, natureza jurídica e contabilidade
- Passo 5. Licenças, registros e alvarás
- Passo 6. Infraestrutura mínima do consultório
- Passo 7. Equipe, ferramentas digitais e fluxo de atendimento
- Passo 8. LGPD na prática para consultórios
- Checklist final resumido
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Tecnologia e design para transformar sua rotina.
Passo 1. Defina a visão do seu consultório
Antes de pensar em CNPJ ou mobiliário, vale responder a algumas perguntas estratégicas. Elas vão orientar tudo, do ponto escolhido até a experiência do paciente.
- Você quer focar em pacientes particulares, planos de saúde ou modelo misto?
- Seu posicionamento será mais acessível, intermediário ou premium?
- Você pretende atender sozinho no início ou já quer trazer outros médicos e especialidades?
- Você quer manter o consultório aberto em horário comercial ou também em horários estendidos e sábados?
Passo 2. Escolha o modelo: próprio ou coworking médico
Hoje existem dois caminhos principais para começar a atender em consultório.
Opção 1. Consultório próprio tradicional
Neste modelo você assume aluguel, condomínio, contas, reformas, mobiliário e toda a infraestrutura. Em geral exige:
- Contrato de locação comercial ou compra do imóvel.
- Obras de adaptação às normas da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros.
- Compra de mobiliário, equipamentos e itens de atendimento.
- Contratação direta de limpeza, recepção e outros serviços.
É um modelo com mais autonomia, porém com custo fixo mais alto e necessidade de capital maior para começar.
Opção 2. Coworking médico e consultórios por hora
Os coworkings médicos se consolidaram no Brasil nos últimos anos e são uma forma de começar com investimento menor. Você paga por hora, por turno ou por planos flexíveis em consultórios já prontos, com recepção e infraestrutura incluída.
Entre as principais redes e plataformas de coworking médico e consultórios compartilhados estão, por exemplo:
- Livance Consultórios, com unidades em grandes capitais e modelo flexível de uso de salas.
- MedFlex Consultórios, com foco em regiões estratégicas e estrutura preparada para diversas especialidades.
- Plataformas de consultório por hora em diferentes cidades, que permitem reserva sob demanda conforme a sua agenda.
Esse modelo é especialmente interessante para médicos em início de carreira, quem atende poucas horas por semana, quem quer testar uma nova região ou quem ainda está equilibrando plantões com atendimento em consultório. A locação de consultório por hora ou por período reduz custos fixos e a burocracia do imóvel próprio.
Passo 3. Planejamento financeiro e custos iniciais
Mesmo em modelos mais enxutos, abrir um consultório exige planejamento financeiro mínimo. Uma forma prática de organizar é separar:
| Tipo de custo | O que entra |
|---|---|
| Investimento inicial | Reforma, mobiliário, equipamentos, taxa de franquia ou reserva de pacote inicial no coworking, consultoria contábil inicial, registro de CNPJ e taxas de órgãos públicos. |
| Custos fixos mensais | Aluguel ou plano do coworking, condomínio, internet, energia, limpeza, sistema de gestão, contabilidade, salários da equipe e impostos. |
| Custos variáveis | Materiais de consumo, exames na clínica, comissões, publicidade, taxas de plataformas de agendamento ou cartão. |
Um bom ponto de partida é estimar:
- Quantas consultas por mês você espera realizar no primeiro ano.
- Ticket médio por consulta (particular e convênios).
- Quanto pode investir por mês em divulgação sem comprometer o fluxo de caixa.
Checklist financeiro inicial
- Ter reserva de pelo menos 3 a 6 meses de custos fixos.
- Simular cenários conservadores de número de consultas.
- Mapear custos de cada modelo de espaço (próprio x coworking).
- Definir valores de consulta e formas de pagamento.
- Escolher contador acostumado a clínicas e serviços de saúde.
Passo 4. CNPJ, natureza jurídica e contabilidade
O próximo passo é estruturar a parte jurídica e fiscal do consultório. Em geral você vai precisar de:
- Definir a natureza jurídica mais adequada, como Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) ou Sociedade Simples Limitada, dependendo se você abrirá sozinho ou com outros sócios.
- Escolher o regime tributário com apoio do contador, como Simples Nacional em faixas adequadas para serviços de saúde.
- Registrar o CNPJ junto à Junta Comercial ou Cartório competente no seu estado.
- Providenciar o contrato social ou ato constitutivo com objeto social alinhado à atividade médica.
Um contador especializado em clínicas pode cuidar de quase todo o processo e ainda orientar sobre emissão de notas fiscais, pró-labore, impostos e melhores enquadramentos.
Passo 5. Licenças, registros e alvarás
Para atuar dentro da legalidade, o consultório precisa de alguns registros e autorizações. Os itens variam um pouco de cidade para cidade, mas os principais são:
- Cadastro no CRM para o endereço do consultório, conforme exigências do Conselho Regional de Medicina.
- Alvará de funcionamento da prefeitura, obtido após análise do imóvel, zoneamento e documentação.
- Licença da Vigilância Sanitária, que avalia estrutura física, fluxos, limpeza, descarte de resíduos e cumprimento de normas da Anvisa.
- Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), quando exigido, comprovando que o imóvel segue normas de segurança contra incêndio.
- Cadastro no CNES, dependendo do tipo de serviço oferecido e da relação com planos de saúde.
Coworkings médicos estruturados costumam já ter parte dessas licenças em dia, o que simplifica a vida de quem está começando. Ainda assim é importante conferir se você precisa de algum cadastro adicional em seu nome ou da sua empresa.
Passo 6. Infraestrutura mínima do consultório
Do ponto de vista do paciente, o consultório é onde a confiança acontece. Alguns itens básicos ajudam a garantir conforto e segurança:
- Recepção organizada, com cadeiras confortáveis, boa iluminação e ventilação.
- Sala de atendimento com mesa, cadeiras, maca, computador e cadeiras para acompanhantes.
- Banheiro acessível, quando possível adaptado para pessoas com mobilidade reduzida.
- Equipamentos específicos da sua especialidade, dentro das normas da Anvisa.
- Itens de higiene, descarte de resíduos e EPIs atualizados.
Em coworkings médicos, boa parte dessa infraestrutura já vem pronta, o que reduz o tempo de implantação. Em consultório próprio, você terá mais liberdade para personalizar ambientes e experiência.
Passo 7. Equipe, ferramentas digitais e fluxo de atendimento
Depois da estrutura física, é hora de organizar a rotina de atendimento. Três pilares fazem diferença desde o início:
1. Equipe enxuta e bem treinada
- Secretária ou recepcionista com perfil acolhedor e organizado.
- Treinamento em agendamento, confirmação de consulta, cobrança e atendimento humanizado.
- Scripts simples para ligações, mensagens e pós-consulta.
2. Ferramentas digitais essenciais
Hoje, ter um sistema de gestão e prontuário eletrônico confiável não é luxo. É praticamente obrigatório para garantir segurança de dados, organização e aderência à LGPD.
- Sistema de gestão e prontuário eletrônico com prescrição, evolução e armazenamento seguro.
- Agenda online com lembretes automáticos por SMS, WhatsApp ou e-mail.
- Emissão de notas fiscais eletrônicas e relatórios financeiros.
3. Fluxo de atendimento desenhado do primeiro contato ao retorno
- Como o paciente descobre o consultório: indicação, Google, redes sociais, convênios.
- Como ele agenda: telefone, WhatsApp, site, plataformas de agendamento.
- O que acontece no dia da consulta: confirmação, recepção, tempo de espera, pós-consulta.
- Como você acompanha exames, retorno e continuidade do cuidado.
Passo 8. LGPD na prática para consultórios
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impacta diretamente consultórios médicos, já que você lida com dados pessoais sensíveis de pacientes. Na prática, isso significa:
- Coletar apenas as informações estritamente necessárias para o cuidado e obrigações legais.
- Registrar a base legal para o tratamento de dados, como execução de contrato, obrigação legal e, em alguns casos, consentimento.
- Manter prontuários e dados clínicos protegidos por senhas fortes, controle de acesso e, de preferência, por soluções que usem criptografia e backups seguros.
- Treinar equipe para não compartilhar dados de pacientes sem autorização e para ter cuidado com envio de informações por e-mail e aplicativos de mensagens.
- Ter documentos mínimos, como política de privacidade, termo de consentimento informado e registro de incidentes, caso ocorram.
Checklist LGPD essencial para consultórios
- Escolher sistemas que tratam dados com segurança e transparência.
- Criar política de privacidade e deixar acessível ao paciente.
- Controlar quem pode acessar prontuários e dados sensíveis.
- Orientar equipe sobre sigilo e cuidado com envio de informações.
- Ter um fluxo para atender pedidos de acesso, correção ou exclusão de dados, quando cabível.
Checklist final resumido
Para facilitar, aqui vai o resumo em formato de checklist para você revisar antes de abrir as portas.
Checklist para abrir seu consultório médico
- Visão e posicionamento definidos (tipo de paciente, região, modelo de atendimento).
- Escolha do modelo de espaço (consultório próprio ou coworking médico).
- Planejamento financeiro com estimativa de custos e reserva mínima.
- Natureza jurídica e regime tributário definidos com apoio de contador.
- CNPJ e contrato social registrados.
- Alvará da prefeitura, licença da Vigilância Sanitária e, se exigido, AVCB do Corpo de Bombeiros.
- Cadastro no CRM e, quando necessário, no CNES.
- Infraestrutura e equipamentos alinhados às normas da Anvisa.
- Equipe, sistemas de gestão, prontuário eletrônico e agenda online implantados.
- Políticas básicas de LGPD implementadas e equipe treinada.
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